Saiba identificar sinais precoces de Autismo no seu filho; Médica psiquiatra Dra Natasha Ganem explica como

Quando uma nova vida integra o ambiente familiar, traz muitas alegrias, aprendizados, desejos, esperanças e pontos de atenção. A todo o momento, os pais observam as evoluções, o crescimento e o desenvolvimento daquele pequeno ser.

Também é uma grande oportunidade para observar se há algo diferente com a criança ou se ela apresenta algum tipo de desordem no desenvolvimento, como o Transtorno do Espectro Autista – TEA.

Para entender melhor esse assunto, conversamos com Dra. Natasha Ganem, Médica Psiquiatra Adulto e Infantil, Diretora da Associação Brasileira de Mutismo Seletivo e Ansiedade Infantil.(ABRAMUTE)

Segundo a médica, o diagnóstico pode ser feito cedo, já nos primeiros meses de vida e faz alerta sobre os sinais. “Com 12 horas de vida, um bebê já deve olhar nos olhos da mãe, e com 1 mês fixar o olhar por minutos, com atenção. Não ter interesse na face das pessoas, não balbuciar, ter preferência por partes de objetos, dificuldade motora ou sensorial na amamentação são alertas. Esses são alguns dos sinais que precisam ser observados pelos pais”.

A psiquiatra afirma também que esses sinais não determinam diagnóstico de TEA. “São sinais de alerta para os pais buscarem ajuda médica o quanto antes. Somente o profissional capacitado pode fechar este tipo de diagnóstico”.

De acordo com a Dra Natasha, há ampla evidência de que a intervenção precoce pode beneficiar as diferentes habilidades da criança durante a infância. “Quanto antes o diagnóstico é feito, mais precoce essa criança será corretamente estimulada, num período de janela de oportunidade cerebral fundamental para um desfecho mais positivo”, conta.

Outros sinais também podem ser identificados, afirma a especialista.

●Ter dificuldade em imitações. Com 10 a 12 meses é esperado que faça caretas, por exemplo.
●Sensação de não ter o bebê em casa, pouco responsivo, pouco ativo
●Presença de movimentos repetitivos com as mãos e os pés.
●Dificuldade de introdução alimentar ou desenvolvimento de seletividade
●Atraso motor
●Hipersensibilidade, incômodo ou choro ao toque, colo, barulhos, etiquetas e texturas como areia e grama.
●Irritabilidade e choro excessivo mesmo descartando cólicas, refluxo, infecções,
●Dificuldade com o sono, tendo mais despertares, acordando de madrugada e ficando estático olhando para o nada.
●Atraso na comunicação não-verbal. Habitualmente a criança deve sorrir, dar tchau, apontar e mostrar aquilo que quer para o adulto.

Doutora Natasha Ganem  é Diretora da Associação Brasileira de Mutismo Seletivo e Ansiedade Infantil.(ABRAMUTE), e referência em psiquiatria infanto-juvenil no Brasil.

 

 

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