Do balé ao funk: DeLua prova que lugar de mulher é onde ela quiser

A vida na periferia nem sempre é fácil, ainda mais para quem sonha alto. Mas com fé, talento e trabalho duro, barreiras podem ser superadas. É o que provam Denise Dias, a Dêh, e Luana Maria, a Lua, da dupla DeLua. As jovens trilharam um caminho de dificuldades até chegar aos palcos do funk.

Tudo começou no balé para Dêh, tímida menina que encontrou na dança uma forma de expressão. Já Lua descobriu sua vocação aos 10 anos, improvisando coreografias na garagem de casa. 

As trajetórias se cruzaram em 2015 no grupo Identidade Em Movimento. No final de 2015 Lua estava grávida, e Dêh aprendeu nos treinos a desenvolver sua comunicação e autoconfiança.

“No começo, a Dêh mal falava. Hoje ela brilha nos palcos”, diverte-se Lua. O balé deu lugar a outros ritmos e uma linda amizade floresceu.

Anos mais tarde, decidiram compartilhar outro talento com o mundo: o canto. Gravavam funks, sem levar muito a sério. Até que a brincadeira virou paixão.

Em 2021, lançaram seu primeiro single, “Bumbum do Poder”. A reação positiva as encorajou a mergulhar de cabeça na carreira musical. 

Logo vieram outras canções, como “Vem Bailar”, “Me Deixa Louca” e o recente “Chora”, funks que falam de sororidade e empoderamento.

A dupla DeLua já está acostumada a emplacar hits, mas tudo indica que “Chora” será um sucesso sem precedentes em sua carreira. As cantoras adotaram uma estratégia inovadora para divulgar a nova música: desafiaram os fãs no TikTok a gravarem vídeos dançando ao som da música. A adesão foi enorme, rendendo milhares de vídeos com a hashtag. O funk contagiante bombou no aplicativo e já está entre as músicas mais usadas na plataforma. No Instagram, também figura entre as canções em alta. Com uma melodia viciante e letra marcante, “Chora” promete entrar para a lista de hits da DeLua que dominam as paradas.

“Nossas letras empoderam mulheres de todas as idades e origens. Queremos mostrar que sonhos podem virar realidade”, conta Dêh.

Nos palcos, mostram uma conexão incrível, resultado de anos de amizade e parceria. Nas horas livres, seguem levando uma vida simples e encontrando inspiração na rotina da periferia.

O sucesso crescente não mudou seus valores. “Fé, persistência e trabalho duro guiam nossa trajetória”, afirma Lua. 

A dupla provou que não existem sonhos pequenos demais quando se tem garra para correr atrás. E que o funk também pode ser um ritmo de mulheres talentosas e empoderadas.

“Queremos abrir as portas para outras meninas da periferia. Nosso lugar é onde a gente quiser”, finaliza Dêh.

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