Ansiedade em crianças: Psiquiatra Dra Natasha Ganem explica como identificar e ajudar os pequenos
Natasha Ganem, é Médica Psiquiatra Infantil e Adulto e Diretora da Associação Brasileira de Mutismo Seletivo e Ansiedade Infantil (ABRAMUTE)
Quem convive ou já conviveu com um transtorno de ansiedade sabe como pode ser sofrido e paralisante. Imagine ter que lidar com isso ainda durante a infância, quando o cérebro está em formação e não tem a maturidade necessária para entender o que está acontecendo.
Os transtornos de ansiedade são os quadros psiquiátricos mais comuns na infância e na adolescência.
De acordo com a médica psiquiatra adulto e infantil, Dra. Natasha Ganem, Diretora da Associação Brasileira de Mutismo Seletivo e Ansiedade Infantil, os transtornos de ansiedade são responsáveis por 10% de todas as doenças mentais que acometem a infância.
Estado de constante vigilância, medo de situações banais, transtornos e fobias específicas, como medo de animais, aviões ou tempestades são sinais de que a criança está ansiosa e precisando de ajuda. Além do mais, sensibilidade exacerbada a estímulos de reprovação e autocrítica exagerada também podem desencadear um quadro grave desse problema.
Existem sinais para ficar atento e observar se seu filho está passando por problemas. Doutora Natasha Ganem aponta uma lista das principais características de alerta de uma criança ansiosa.
- Medos intensos e desproporcionais à idade
- Sintomas somáticos como enjoo, vômitos, dor de barriga, taquicardia e sensação de falta de ar, mãos suadas, etc.
- Dificuldade de protagonismo (exemplo: estar no próprio parabéns em seu aniversário).
- Muita necessidade da presença das figuras de apego.
- Medo intenso e limitante da separação, por vezes da morte dos genitores.
- Perfeccionismo por medo de errar.
- Costumam ser crianças controladoras. A tentativa de controlar o ambiente é uma busca por previsibilidade e segurança interna.
- Verbalização de frases como: não vou conseguir, tenho medo, faço tudo errado, ninguém gosta de mim, etc.
- Hipersensibilidade à barulhos e locais cheios
- Dificuldade de adaptação.
- Dificuldade de se relacionar com outras crianças
- Bruxismo e terror noturno.
- Desfralde demorado.
- Dermatite atópica
- Irritabilidade por sobrecarga após a situação estressora.
- Dificuldade de falar ou estar com pessoas fora do seu convívio íntimo.
É importante destacar que os jovens podem ter diferentes comportamentos face à ansiedade dependendo da situação, características e personalidade de cada um. É possível que a reação seja de medo, agressividade ou até mesmo o desenvolvimento de tiques perante determinados episódios estressantes.