Arthur Mancini relembra episódio de homofobia e celebra o dia Mundial do Orgulho LGBTQIA+
No dia 28 de Junho é celebrado o Dia Mundial do Orgulho LGBTQIA+, trazendo ao debate temáticas importantes para a sociedade. Até os dias de hoje, o preconceito contra a comunidade tem matado milhares de lésbicas, gays, bissexuais e travestis ao redor do mundo, e muitos influencers têm aproveitado o espaço que detêm nas redes sociais para fazer ativismo, fazendo valer a pena os seus papéis sociais.
O criador de conteúdo Arthur Mancini, assumidamente gay e ativista dos direitos LGBTQIA+, tem sido um porta-voz importante e defensor do assunto. Para ele, que é um membro já saído do armário, é de suma importância disseminar informações sobre quem ele é e sobre o que representa o grupo mais colorido ao qual orgulhosamente pertence, para que os desconhecedores e ignorantes entendam o seu ponto de vista e sua vivência, a fim de lutar por mais equidade social. Importante lembrar que, apesar de muitas conquistas, constantemente, a legislação e o poder público brasileiro são omissos em muitas situações em que precisariam ter um posicionamento claro! Talvez por serem tradicionalmente ocupados por membros preconceituosos e machistas, que acabam não dando a devida importância à realidade dos fatos.
No Brasil, os casos de LGBTQIfobia são constantes, e no último dia 24, no mês do orgulho, mais um jovem gay, cheio de sonhos, teve a sua vida interrompida por um homem preconceituoso! Mais um caso a somar-se à estatística de um crime bárbaro, apenas por causa de sua orientação sexual. Por simplesmente ser quem ele era. Gabriel, de 22 anos, foi covardemente assassinado com três tiros na cabeça enquanto estava em uma barbearia, no bairro de Embu das Artes, na capital paulista. Segundo o seu namorado, em posts nas redes sociais, o acontecido se trata, sim, de um caso de homofobia. “Mataram ele pelo que ele é, por ele ser feliz, por ele amar, uma pessoa de coração puro, que não tinha maldade com ninguém, e hoje tive que ser obrigado a despedir-me do amor da minha vida”, escreveu o namorado. O crime causou revolta em muitas pessoas, que rapidamente subiram a hashtag #justicaporgabriel no Twitter.
“Eu soube do caso do Gabriel, e foi de partir o coração. Eu, como gay e ativista, me comovo bastante com casos como esses. Poderia ter sido eu. E se amanhã for eu ou um amigo? Por isso eu sinto cada vez mais a necessidade de ir à guerra contra uma sociedade desprovida de amor e de respeito ao próximo”, comenta o influenciador Arthur Mancini.
São histórias como essas que comovem a todos, levando-nos a lutar cada vez mais por nossos direitos. Em tempos de pandemia, as passeatas e festas de celebração como a tradicional Parada do Orgulho de várias cidades brasileiras, não puderam acontecer, mas de casa, o trabalho tem sido feito. Arthur Mancini tem atraído cada vez mais seguidores com o seu conteúdo. Ele foi um dos responsáveis pelo boom de importantes lives com temáticas LGBTQIA+ em sua conta no Instagram (@arthur.mancini e que fizeram muito sucesso, no período de quarentena.
Mancini também já foi alvo de homofobia, e lembra do triste episódio que viveu em sua vida, carregando marcas eternas. Na adolescência,
na quinta série do ensino fundamental, ele conta que apanhou várias vezes por outros alunos da escola onde estudava. “Juntava uma roda de pessoas para ficar assistindo. Eram sempre dois garotos que causavam isso. Não só comigo, mas com outras pessoas também. Eu apanhei umas 6 vezes durante esse ano até que, para fugir disto, mudei de colégio”.
O preconceito surge ainda na infância, nos primeiros anos de vida, acarretando uma série de traumas. Por isso, desde já, se faz necessário o engajamento de todos por uma vida digna e com respeito, para que jovens e crianças não venham a passar por acontecimentos horrendos. O problema não está nos LGBTQIA+. Não são eles que precisam de um direcionamento ético, mas, sim, os adultos, para que os ensinamentos sejam passados aos seus filhos. As crianças são os espelhos dos pais. Talvez se os genitores dos agressores do Mancini e do Gabriel tivessem tido uma boa educação, não teriam cometido crimes tão horrendos. A educação salva vidas, em todos os espectros da sociedade cívil