Atores negros que se destacam na arte, falam sobre a luta contra o racismo

Hoje é ‘Dia da Consciência Negra’, que é uma expressão que designa a percepção histórica e cultural que os negros têm de si mesmos.
Também representa a luta dos negros contra a discriminação racial e a desigualdade social.

O Dia da Consciência Negra é comemorado em todo território nacional. Esta data foi escolhida por ter sido o dia da morte do líder negro Zumbi, que lutou contra a escravidão no Nordeste.

A celebração relembra a importância de refletir sobre a posição dos negros na sociedade. Afinal, as gerações de afro-brasileiros que sucederam a época de escravidão sofreram (e ainda sofrem) diversos níveis de preconceito.

Para isso, convidados alguns atores talentosos para falar sobre a causa e sobre como encaram o preconceito, que ainda existe e insiste em sobreviver em nossa sociedade atual.

Para o ator Cuiabano Ryancarlos de Oliveira, de 14 anos, que talentosamente interpreta o protagonista Neo da série Bugados,do Canal Gloob, que já está em produção de sua terceira temporada, o racismo é quando uma pessoa ofende a outra, pela cor de pele dela – “ enxergo que é algo desnecessário que ofende as pessoas e as machucam, muito”.

“ Eu nunca sofri racismo, que eu me lembre. Mas, como me sinto uma criança ingênua, pode ser que tenha passado despercebido. Mas, sofro quando sei dos casos por aí’.

Sobre a igualdade ele, inteligentemente nos relata que “ imagino que igualdade e você ser tratado sem indiferença com respeito, independente da nossa cor, religião ou gênero”.

“ Racismo velado estão nas falas ofensivas, nas piadas de mal gosto, nos apelidos que dão, como se fosse algo normal. O importante é acreditar que coisas boas, chegam sempre. Eu vou sempre combater, qualquer ato ofensivo, contra nossa liberdade de escolha. ” – Encerra, ele.

Já para Isabelle Aragão, a mais novinha do grupo que aos 13 anos, se destaca com sua personagem Alícia, também da Série Bugados do Canal Gloob, “ O Racismo é muito triste de se ver e de escutar falar”

“ Penso e acredito que as pessoas precisam se amar e se aceitarem por ser quem são, sem preconceito. Sem julgamentos de cor da pele, da roupa que usa, do cabelo que tem”

“ É tão bonito, quando você consegue enxergar nas pessoas a alma e o coração delas. Sou muito nova. Não lembro de ter sofrido o racismo. Mas, sei que dói. Machuca. Humilha. ”

A igualdade é uma bandeira que devemos levantar e erguer, sempre! Eu me sinto muito feliz. Pois onde estou trabalhando, seja com o elenco, com a produção e direção, eu consigo ver o carinho que eles tratam todos nós. Eles não olham nossa cor, nossa posição social ou qualquer outra coisa, que possam nos julgar diferentes. Somos iguais! Isso é lindo”

Já para Maju Tatagiba, de 17 anos, que foi revelada pelo mestre Carlinhos Brown, quando participou do coral infantil do The Voice Brasil, em 2015. E por ser vista em Crush! A Websérie, já se preparando em ensaios para o musical RENT, o racismo existe e, ela já viveu na pele.

“Cara é surreal em pleno 2020 o número de pessoas que ainda praticam o racismo, e ainda acham que estão certas. Esse ano foi um ano de muitos acontecimentos marcantes e com eles a morte de GEORGE FLOYD que foi onde muitas pessoas se revoltaram e a morte desse homem comoveu e moveu o mundo a obrigar uma mudança já!

Bom, eu já sofri racismo, tenho um cabelo muito cheio e abuso do volume. Já ouvi comentários como cabelo de esfregão, o famoso Bombril, cabelo de vassoura, entre outros, mas isso não me fez em momento algum abaixar a cabeça, pelo contrário eu levantei ela mais ainda porque botando na balança eu recebia mais elogios do meu cabelo do que críticas racistas e eu não ia deixar essa minoria me fazer me senti mal. Depois de tudo isso me sinto mais forte e mais emponderada do que nunca.

Igualdade é algo que muitos falam e são poucas as pessoas que fazem algo para mudar, a desigualdade está tão enraizada na nossa cultura e na forma que somos criados que muitas vezes passa batido e ninguém percebe da mesma forma o racismo velado. É um erro na formação do caráter da pessoa e cabe a ela observar seu erro e mudar, o racismo velado está muito ligado ao racismo estrutural é triste pensar que desde pequenos somos ensinados que cor de pele é só rosa e marrom clarinho, ou que a palavra negra é sempre associada negativamente. Mas, cabe a nós, saber que essas coisas estão erradas e mudarmos a forma com que tratamos isso. A mudança começa por nós mesmos sempre, seja a mudança que você quer no mundo. ”

A criação de um dia comemorativo da Consciência Negra é uma forma de lembrar a importância de valorizar um povo que contribuiu para o desenvolvimento da cultura brasileira. No dia 9 de janeiro de 2003, a Lei Federal 10.639 instituiu o “Dia Nacional da Consciência Negra”, no calendário escolar. Desta maneira, o ensino da cultura afro-brasileira passou a fazer parte do currículo escolar em todo o país.

Durante o período de novembro, diversas atividades e projetos são realizados nas escolas de todo o país para comemorar a luta dos afrodescendentes.

Além disso, tem o intuito de conscientizar a população para a importância desse povo na formação social, histórica e cultural de nosso país.

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