“O sonho de ser um atleta profissional fez com que 13 jovens caíssem num golpe. Eles foram mantidos em cárcere privado em um alojamento em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Os pais pagavam R$ 500,00 por mês com a promessa de que os filhos teriam oportunidades em clubes de futebol. Segundo a polícia, os adolescentes ficavam trancados em alojamentos sem iluminação e proteção contra incêndio. Eles só podiam falar com a família em horários restritos e não tinham acesso aos documentos pessoais.”
Essa é só mais uma das inúmeras armadilhas do obscuro mundo do futebol que em rápida pesquisa pela internet é possível identificar.
Normalmente, as vítimas são jovens atletas que sonham com uma oportunidade no concorrido mundo do futebol e na ansiedade de conseguir a tão sonhada vaga em um clube de futebol são vítimas de estelionatários especializados no meio.
Bruno Gallucci, advogado atuante na área do Direito Desportivo, conta que em seu escritório é rotina receber contatos de atletas com problemas dessa natureza.
A todo momento, brasileiros vão ao exterior em busca do sonho de ser jogador profissional, mas chegando lá encontram diversas dificuldades, a começar pelo idioma.
Estelionatários, dirigentes de clubes e empresários mal-intencionados aproveitam-se do sonho alimentado pelos holofotes dos principais campeonatos europeus.
Levam aos jovens a promessa da fortuna e os atiram em aventuras perigosas, que muitas vezes resultam em experiências traumáticas até no fim de suas trajetórias dentro das quatro linhas. É a realidade crua de parte das transferências, turbinada pelo desejo dos jogadores de fazer carreira e dinheiro longe do Brasil.
O lado glamoroso do êxodo de craques brasileiros para o Exterior desfila na TV a cada final de semana de rodada das principais ligas da Europa. Neymar é foco das câmeras quando entra em campo pelo Paris Saint-Germain, e Gabriel Jesus ganha cânticos em sua homenagem da torcida do Manchester City.
Enquanto isso, o mundo subterrâneo das transações para fora do Brasil inclui fraude, salários atrasados e passaportes retidos para impedir que os jogadores voltem para casa, essa é a triste realidade.
A verdade é que esse submundo da bola é terrível, atletas são enganados a todo momento e muitas vezes, com tantos problemas, nem conseguem exercer sua profissão seja no Brasil ou no exterior.
6 dicas para jovens atletas que desejam jogar no exterior
Confira algumas das dicas que o advogado, Dr. Bruno Gallucci, compartilha com os atletas:
- Se receber algum convite por empresário, verifique se o intermediário é credenciado na CBF;
- Não pague nenhum valor ao clube, dirigente ou intermediário pela sua vaga, qualquer pedido nesse sentido coloca em descrédito qualquer oportunidade de trabalho no futebol;
- Guarde seu documento ou passaporte em local seguro;
- Em caso de viagem para teste, peça sempre a documentação completa do clube que você irá desembarcar, carta convite e condições do período de teste, alojamento, alimentação eetc;
- Não assine contratos ou documentos em outros idiomas sem ter certeza do conteúdo;
- Em caso de dúvidas, procure orientação de um advogado especialista no assunto.
Acesse o Instagram para conhecer mais do Dr. Bruno Gallucci: www.instagram.com/dr.brunogallucci_adv/