Dr. Paulo Godoi fala da importância de não tornar saudável a obesidade

O nutrólogo e especialista em medicina do esporte e emagrecimento, Dr. Paulo Godoi, pondera os riscos acarretados pela obesidade para a saúde.

Segundo o IBGE, uma em cada quatro pessoas de 18 anos ou mais anos de idade no Brasil está obesa. Já o excesso de peso atinge 60% da população com mais de 18 anos de idade, sendo 62,6% das mulheres e 57,5% dos homens. No entanto, muito além de uma questão de padrões de beleza ou estética, o sobrepeso e a obesidade na verdade são questões de saúde pública.

Muitas vezes, como forma de protesto contra a então chamada “ditadura da magreza”, comum no mundo fashion e do entretenimento, largamente difundida pela exposição a todo momento de corpos que atendem a um certo padrão de beleza na mídia e nas redes sociais, criou-se o mito do gordo saudável, que seria o indivíduo que, apesar de estar muito acima do peso, afirma não ter nenhum problema de saúde e ser perseguido por não atender ao padrão midiático de beleza. Por este motivo, o Dr. Paulo Godoi (CRM-GO 19101) esclarece algumas questões importantes acerca dos impactos do excesso de peso para a saúde e esclarece o mito do gordo saudável.

Derrubando mitos

“Primeiramente, gostaria de salientar que meu trabalho não está baseado numa busca estética por padronização. Longe disso. Aliás, esse olhar que friamente padroniza o que é feio e o que é bonito atrapalha e muito nosso trabalho. Mas como meu trabalho não está pautado em discussões estéticas, mas sim na busca pela saúde através da prevenção de doenças e melhora na qualidade de vida, tenho que ponderar os riscos de se criar um mito do gordo saudável. O excesso de peso não é benéfico para o organismo e isso é uma verdade científica, objetiva, e não subjetiva.”

Gordofobia

O Dr. Paulo Godoi alerta que a padronização estética é superficial e cruel. “É impressionante a quantidade de pacientes que recebo com a autoestima baixíssima e sem a mínima motivação para se cuidar. Todos vítimas de uma latente gordofobia. Tenho visto movimentos como o body positive (positividade corporal, em tradução livre) buscando dar representatividade a vários estereótipos corporais e mostrar a beleza da heterogeneidade humana. Acho tudo isso muito justo. Mas é preciso termos também uma ótica do ponto de vista de saúde”, refere o nutrólogo.

Obesidade x saúde

O Dr. Paulo Godoi mostra também um estudo de 2017, divulgado no Congresso Europeu sobre Obesidade, realizado na cidade de Porto (Portugal). “A pesquisa da Universidade de Birmingham identificou que mesmo os obesos metabolicamente saudáveis (que não apresentavam pressão alta, diabetes e dislipidemia), estavam sim mais suscetíveis a ter problemas cardíacos e acidentes vasculares cerebrais no fim da vida do que pessoas com IMC normal. A pesquisa foi robusta (avaliou mais de 3 milhões de indivíduos durante 10 anos) e concluiu que a existência de obesos saudáveis é um mito.”

Magreza por si só também não é sinônimo absoluto de saúde

Segundo o especialista, precisamos parar de rotular quem está acima do peso como sedentário ou preguiçoso. “Até porque existem muitos magros não saudáveis (sedentários, com colesterol alto, etc). Mas também não podemos defender a gordura, travestidos de uma áurea de benevolência, pois a obesidade é sim fator de risco para inúmeras doenças.

A baixa autoestima não pode surgir do não encaixe a um formato corporal socialmente aceito. De outro lado, o excesso de autoestima não precisa cegar a necessidade de melhoria com vistas na própria saúde e longevidade”, conclui.

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