Felipe Ruiz aponta problemas sérios relacionados à empresas e investidores na bolsa de valores brasileira

Momentos de mercado em alta, popularmente conhecidos como “bull markets”, costumam nos dar a falsa impressão de que todos setores da bolsa são igualmente parecidos em termos de qualidade. Como nessas horas praticamente todas as ações de todos os setores sobem, podemos facilmente cair na armadilha de pensar que a análise setorial não tem tanta importância. Mas essa é uma visão equivocada.

As empresas na B3 são segmentadas em três níveis distintos de classificação setorial, do mais amplo para o mais específico: setor, subsetor e segmento. Atualmente existem na bolsa 11 setores subdivididos em 45 subsetores, que por sua vez contemplam 86 segmentos. Esses segmentos incluem desde a fabricação de calçados até a de aeronaves, passando por aluguel de carros, exploração e produção de petróleo e produção de shows e eventos.

Como é de se imaginar, diferentes setores possuem diferentes particularidades. Alguns setores possuem como característica a previsibilidade nas receitas. Outros possuem comportamento cíclico, correlacionado com a atividade econômica e com indicadores de emprego e renda da população.

Existem setores que estão sujeitos a ciclos de commodities e que sofrem influência do câmbio. Já outros demandam de suas empresas elevados investimentos em ações produtivas para que possam operar. Mas afinal, com toda essa quantidade de setores e essas peculiaridades, como identificar os bons setores para se investir no longo prazo? Os bons setores geralmente são aqueles nos quais suas empresas produzem bens ou serviços essenciais, tanto para os consumidores quanto para a economia do país.

Em geral, esses também acabam sendo setores perenes. Isto é, entra ano e sai ano, novas tecnologias são introduzidas e, mesmo assim, eles não deixam de existir. Alguns exemplos são o setor Financeiro, de Telecomunicações, Energia Elétrica, Petroquímico, Papel e Celulose, Saneamento, Saúde, Alimentos, entre outros.

Normalmente, as empresas que atuam nesses setores também operam com boas margens. Isso acontece porque neles estão presentes algumas barreiras de entrada, que acabam dificultando o ingresso de novos players. Assim, dificilmente um empresário que amanhã decidir montar uma grande empresa Petroquímica ou de Telecomunicações conseguirá.

Além do acesso ao capital para financiar o investimento, serão necessárias licenças ambientais, acesso ao fornecimento de matérias primas, acesso a mercados consumidores, tecnologia, patentes, etc. Isso faz com que menos empresas estejam dispostas a assumir todo esse risco. E quanto maiores as dificuldades para se entrar em um setor, menor o número de concorrentes. Quanto menor o número de concorrentes, maiores os lucros. E quanto maiores os lucros, em teoria, maiores os dividendos distribuídos.

Saiba mais sobre Felipe Ruiz através do Instagram: https://www.instagram.com/ruiz.felipe/

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