Médico neurocirurgião explica o que significa o tamanho de um tumor e no que ele interfere
Dr. Cesar Cimonari é médico neurocirurgião, especialista em tratamento de doenças do cérebro, coluna e dor.
O tumor cerebral é qualquer tipo de aglomeração anormal de células no cérebro. Sua formação pode trazer diversas complicações pela compressão causada nas estruturas vizinhas ao tumor e pela hipertensão intracraniana.
Tumores cerebrais podem apresentar sintomas diversos dependendo do seu tamanho, velocidade de crescimento e localização. À medida que o tumor cresce, ele empurra e alonga, mas normalmente não destrói o tecido nervoso, o que explica os sintomas não se desenvolverem em um primeiro momento.
Como explica o médico neurocirurgião Dr. Cesar Cimonari, o tamanho do tumor cerebral pode fornecer informações cruciais sobre sua gravidade, impacto no cérebro e opções de tratamento.
“Em geral, tumores cerebrais maiores tendem a estar mais avançados e podem ter maior potencial de impactar áreas críticas do cérebro, como regiões responsáveis por funções motoras, sensoriais e cognitivas.
O tamanho do tumor está diretamente relacionado aos sintomas que ele pode causar. Tumores maiores podem comprimir estruturas cerebrais vizinhas, levando a sintomas como dores de cabeça intensas, dificuldades de visão, convulsões, alterações na personalidade e déficits neurológicos”, pontua o médico.Sobre o diagnóstico e tratamento, o especialista comenta que o tamanho do tumor é um dos fatores avaliados durante o diagnóstico através de exames como ressonância magnética (RM) e tomografia computadorizada (TC). A medida do tumor ao longo do tempo é essencial para monitorar sua progressão e eficácia do tratamento.
“O tratamento de tumores cerebrais depende significativamente do seu tamanho. Tumores menores podem ser mais facilmente acessíveis para remoção cirúrgica completa, enquanto tumores maiores podem exigir tratamentos adicionais, como radioterapia e quimioterapia, para controlar o crescimento e melhorar os resultados. O tamanho do tumor cerebral também pode influenciar o prognóstico do paciente”, comenta.
Dr. Cesar acrescenta ainda que, tumores menores e tratados precocemente têm geralmente melhores perspectivas em comparação com tumores grande ou de crescimento rápido. “Um acompanhamento médico regular e exames de imagem são essenciais para avaliar qualquer mudança no tamanho do tumor e ajustar o tratamento conforme necessário”, finaliza.
Principais diferenças entre os tipos de tumor cerebral
Tumores cerebrais são diferenciados conforme as regiões onde se desenvolvem, podendo ser divididos em gliomas, meningiomas, meduloblastomas e neuromas acústicos.
As glias são células auxiliares que conectam-se aos neurônios ajudando seu funcionamento e os gangligliomas são tumores que abrangem células da glia e neurônios, sendo mais comuns em pacientes jovens.
Os gliomas são os tumores mais comuns e são divididos em astrocitomas, espendinomas e oligodendrogliomas:
Astrocitomas são o glioma mais comum, tendem a se desenvolver em pessoas jovens e podem evoluir para glioblastomas, tumores mais agressivos que desenvolvem-se em pacientes com mais de 40 anos.
Espendinomas são tumores raros mais comuns em crianças e adolescentes que podem apresentar metástase na medula, mas ao contrário dos demais gliomas não se infiltram no tecido normal do cérebro, podendo, muitas vezes, serem removidos completamente com cirurgia. Quando bloqueiam a saída do líquido cefalorraquidiano dos ventrículos podem causar hidrocefalia.
Oligodendroglioma desenvolve-se junto as células de sustentação do tecido cerebral, no lobo temporal ou na porção frontal do cérebro, sendo mais frequente em adultos.
Meningioma forma-se próximo as meninges, a camada que envolve o cérebro, sendo o tumor mais comum em adultos, especialmente em mulheres entre os 40 e 60 anos. Na maioria das vezes é um tumor benigno e de fácil tratamento.