Após a cirurgia de próstata, muitos homens enfrentam desafios que impactam diretamente sua qualidade de vida: a incontinência urinária e a disfunção erétil. Esses problemas, comuns no pós-operatório, são resultado de alterações neurológicas na região pélvica. Segundo a fisioterapeuta pélvica Manuela Andrade, a fisioterapia pélvica desempenha um papel essencial nesse processo de recuperação, ajudando a reabilitar funções comprometidas e a melhorar a funcionalidade dos músculos da região.
“A retirada da próstata pode afetar nervos importantes, e sabemos que um nervo denervado dificilmente volta ao seu funcionamento normal. Por isso, tratamos o paciente como neurológico, trabalhando os músculos adjacentes para compensar a perda de função e restaurar o equilíbrio muscular”, explica Manuela.
O trabalho da fisioterapia pélvica inclui técnicas específicas. Uma ficha de avaliação assertiva será aplicada onde será verificado o tipo de alteração (tenso,impercebido, incoordenado, desprogramado ou fraco), a partir daí um plano terapêutico de acordo com o diagnóstico encontrado na ficha de avaliação, promovendo a compensação necessária para a recuperação de funções básicas.
No caso da incontinência urinária aplicaremos um treino adequado de acordo com o diagnóstico encontrado, enquanto que, para a disfunção erétil trabalharemos com os músculos superficiais do assoalho pélvico.
Além dos ganhos funcionais, a fisioterapia pélvica também auxilia na recuperação emocional e psicológica desses pacientes, muitas vezes abalados pelas mudanças que a cirurgia traz. “Nosso objetivo é devolver ao paciente a capacidade de retomar sua rotina com o máximo de funcionalidade e qualidade de vida. Trabalhamos não apenas o físico, mas também a confiança e a autoestima”, ressalta Manuela.
Se você ou alguém que conhece passou por uma cirurgia de próstata e enfrenta essas alterações no pós-operatório, saiba que a fisioterapia pélvica pode ser uma grande aliada. Com acompanhamento especializado, é possível recuperar grande parte da funcionalidade e minimizar os impactos dessas complicações. Como reforça Manu Andrade , “não é apenas sobre tratar os sintomas, é sobre resgatar a vida plena que cada paciente merece”.
Manu Andrade também destaca a importância de iniciar a fisioterapia pélvica o quanto antes, preferencialmente ainda no pré-operatório, para preparar os músculos e otimizar a recuperação. Além disso, técnicas complementares como biofeedback, eletroestimulação e exercícios específicos para o assoalho pélvico podem acelerar os resultados e melhorar a resposta funcional. “A fisioterapia é um processo contínuo, que exige paciência e dedicação, mas os resultados são transformadores, proporcionando mais autonomia e bem-estar aos pacientes”, finaliza Manuela.