Thyara Rodrigues aponta como turismo pode empoderar mulheres

Segundo o Ministério do Turismo, a taxa de mulheres que desejam viajar sozinhas é 6% maior que a dos homens

A estrada instiga ao novo, as nuvens vistas pela janela de uma aeronave mostram que sonhos são possíveis. Viajar é um ato de liberdade, mas para mulheres a ousadia de se aventurar, sem acompanhante, é também uma forma de empoderamento. Um estudo realizado com mulheres da França, Índia, Alemanha, Reino Unido, Itália, China, Brasil e os Estados Unidos mostra que pouco mais de 50% das mulheres já viajaram sozinhas — destas, 60% apontaram independência e liberdade como principais motivadores da decisão.

O Ministério do Turismo corrobora esse comportamento. Segundo dados do órgão, a taxa de mulheres que buscam uma viagem sem acompanhamento (17,8%) é maior que a dos homens (11,8%). A empresária Thyara Rodrigues trabalha com turismo há sete anos e aponta que grande parte das mulheres procuram seus serviços não apenas para explorar o mundo, mas como uma forma de se autoconhecerem.

“Gradualmente essas mulheres vão quebrando o estigma da mulher que viaja sozinha, mostrando que há não apenas um preconceito como também uma tendência machista sobre uma mulher que se aventura no mundo sem companhia, como isso fosse pedir para se expor ao perigo. É sozinha, se permitindo conhecer outras culturas, pessoas, comidas e lugares, que elas vão entendendo mais de si”, comenta Thyara.

Das mulheres que a procuram em busca de planejamento para viagens em 2022, quando o cenário da pandemia deverá estar mais controlado, uma boa parcela tem buscado por pacotes individuais. “A inserção de novas tecnologias também é um fator de encorajamento, visto que aplicativos e ferramentas proporcionam uma série de facilidades e trazem uma maior sensação de segurança para elas, que dispõem de recursos para entender outro idioma e botões de segurança para transportes, por exemplo”, aponta a especialista no mercado do turismo.

Para evitar perrengues, Thyara Rodrigues aponta que é necessário pesquisar sobre a área para a qual deseja viajar, bem como os costumes locais. “Para uma primeira viagem sozinha, é bom começar por países onde há uma cultura mais aberta. Em nações árabes, por exemplo, a figura da mulher estrangeira ainda é muito objetificada e isso pode gerar mais insegurança no momento de curtir a viagem”, alerta.

“Faz poucas décadas que a mulher vem conquistando seu espaço na sociedade, e talvez por isso, as taxas de turismo individual entre elas esteja sendo maior agora. Gradualmente, estamos conquistando independência financeira e nos permitindo explorar e viver mais sem as cobranças sociais que recaem em nós devido nosso gênero”, finaliza Thyara Rodrigues.

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