Tumores cerebrais: Médico neurocirurgião e especialista em tratamento de doenças do cérebro, Dr Cesar Cimonari fala sobre o tema
A maioria dos tumores cerebrais são benignos e possuem limites bem definidos – ou seja, tem cura e podem ser tratados com cirurgia. No caso de tumor maligno, o tratamento pode ser baseado na realização de quimioterapia, radioterapia ou terapia alvo.
O tema desta entrevista é tumor cerebral, e convidamos o neurocirurgião Cesar Cimonari para explicar o assunto.
Dr. Cesar conta que os tumores cerebrais podem ser silenciosos em alguns casos, em especial quando são pequenos.
“Quando causam sintomas, na maioria das vezes são relacionados ao local do cérebro em que estão podendo causar paralisias em um lado do corpo, perda de audição, dificuldade de audição, mudanças comportamentais, sonolência excessiva e dificuldade de fala”.
O neurocirurgião explica também que alguns tipos ainda estão muito relacionados a crises convulsivas.
“Esse é o primeiro sinal em especial nos tumores do tipo glioma. Finalmente, quando há aumento da pressão dentro do cranio causada pelo tumor, pode ocorrer dor de cabeça, coma e até mesmo óbito. A dor de cabeça mais relacionada aos tumores cerebrais é aquela do tipo progressiva, em que ao longo dos dias ou meses ocorre um aumento gradativo de frequencia e intensidade da dor”.
JR: Dr. E qual a diferença entre um tumor maligno e um benigno?
Cesar Cimonari: Os tumores benignos são aqueles que normalmente são conhecidos também como nódulos ou cistos, no cérebro, o tipo mais comum é o meningioma. Já os tumores malignos, temos os quadros de câncer, que tem maior risco de avançar rapidamente, ou que se espalharam para o cérebro vindos de outras partes do corpo, como as metástases. No caso dos tumores do cérebro, existem alguns tipos em que essa diferenciação não é tão clara, e ao longo da vida eles podem começar como tumores mais próximos de benignos e irem avançando para ficar mais malignos, isso é importante em especial em alguns tipos de tumores chamados gliomas.
JR: Existe qualidade de vida após um tumor cerebral?
Dr. Cesar Cimonari: O principal fator que impacta a qualidade de vida é o quadro neurológico, e o quanto de sequelas o tumor e o tratamento causam ao paciente. Nos casos em que o diagnóstico é precoce e o tratamento pode ser realizado de forma adequada, o objetivo de preservar a qualidade de vida e evitar sequelas neurológicas é o principal. Isso é valido tanto para os quadros de tumores benignos quanto malignos. No entanto, é importante que o paciente mantenha medidas de reabilitação e vigilãncia constantes, além de seguir rigorosamente os tratamentos recomendados para melhorar a chance de permanecer com uma qualidade de vida satisfatória.
JR: A cantora Preta Gil relatou que teve choque séptico em meio ao tratamento de câncer. É comum isso acontecer?
Dr. Cesar Cimonari: Como o câncer é uma doença complexa, é muito comum que os pacientes tenham maiores complicações relacionadas a infecções, e uma infecção fora de controle pode levar ao choque séptico. Isso é aumentado por alguns dos tratamentos, em especial a quimioterapia, período em que o paciente fica mais vulnerável a infecções. Como o choque séptico pode ser uma condição grave e até mesmo fatal se não for controlado, é essencial que se tome todas as precauções para evitar infecções em pacientes com câncer, em especial durante os períodos de tratamento.