Visibilidade e importância para profissionais essenciais nos tempos de hoje
Médica clínica, cardiologista e intensivista, Thalita Merluzzi comenta sobre as reais funções destes, que são especialistas em UTIs
Os últimos dois anos foram mais que desafiadores para o mundo inteiro. Uma pandemia invadiu o cotidiano, mudou comportamentos, exigiu cuidados redobrados e foi preponderante para lançar um olhar mais sério sobre a vida. No universo da medicina, a contribuição de cada profissional foi essencial nos momentos mais críticos e segue imprescindível agora e sempre. Thalita Merluzzi, médica intensivista, nas suas redes sociais fala sobre assuntos pertinentes à profissão, seus profissionais e curiosidades, que podem gerar interesse na população.
Além de diversos alertas despertados durante a temporada pandêmica, um em especial, traz uma discussão necessária e urgente: “Percebemos a falta de profissionais especializados em lidar com casos graves, em que existe um maior risco de mortes”, revela Thalita. Muitos trabalhadores da saúde foram colocados na linha de frente para ajudar, mesmo sem o conhecimento adequado de um médico intensivista. “Uma das nossas funções, é estarmos preparados para lidar com qualquer contexto de gravidade. Temos uma especialização completa, além de conhecermos os dispositivos técnicos utilizados nos tratamentos”, reforça.
Com base no tema ‘dispositivos técnicos’, Thalita Merluzzi comenta sobre o universo da medicina intensivista, com uma apresentação mais detalhada sobre o ECMO. O aparelho teve seu nome bastante citado durante a fase mais pesada da pandemia. De acordo com ela, é preciso ter um cuidado ainda maior com pacientes que necessitam do ECMO. “Ele é muito usado em procedimentos cardíacos, funciona como um órgão artificial, no momento que o coração está frágil e precisa de recuperação. É bastante importante em transplantes também. E utilizado para auxiliar em tratamentos que envolvem doenças respiratórias, com a meta de fazer o pulmão repousar”, explica. “No caso da Covid, usávamos o ECMO para o pulmão ter um descanso”.
Médicos intensivistas, assim como Thalita, são os mais familiarizados com o dispositivo, afinal são especialistas no uso do ECMO. “Sabemos e ressaltamos que o ECMO é destinado aos pacientes considerados em estado grave. Há chances de reverter quadros, mas existem inúmeros fatores que influenciam, como o histórico de saúde, o tipo de infecção, a idade, entre outros”, diz ela. “Por ser um dispositivo tecnológico, o ECMO pode apresentar em alguns casos, distúrbio de coagulação e infecção. Tais dados, são sabidos com maior clareza e entendimento pelos profissionais da medicina intensivista”, completa.
O tratamento costuma ser caro, segundo a médica. Mas em algumas situações, é possível conseguir de forma gratuita, através do Sistema Único de Saúde, o SUS. Com a pandemia, ficou mais evidente a relevância de médicos especialistas. “Desejo que continuemos a ser exaltados pela população. Por isso, a ideia de explicar melhor o nosso campo de atuação. Queremos continuar próximos das pessoas”, espera a médica intensivista.
*Publicado por Jairo Rodrigues